domingo, 13 de dezembro de 2015

França recua com Le Pen, Venezuela avança sem Maduro





"Os franceses acabam de dizer que conquistaram a sua liberdade", atirou Marine Le Pen, esta segunda-feira, quando o Partido da Frente Nacional consegue, ainda que à primeira volta, resultados históricos, tenham eles as repercussões que tiverem para o futuro. Pois bem, analisemos:

1. A FN concorreu apenas a alguns municípios franceses, 570 sendo mais preciso, num universo de 36 mil. Em certos municípios acabou mesmo por ser a segunda força politica, disputando-a com o partido de direita sarkozysta, a UMP, atirando, desta feita, os socialistas para o terceiro lugar.
O seu crescendo tem sido de tal ordem notório que na segunda maior cidade francesa, Marselha, ficaram somente atrás da UMP.

2. Ainda não ficámos a saber o futuro, pois o sistema de eleições autárquicas em França é um sistema maioritário a duas voltas, mas acabámos por ter uma pequena noção: a Europa dos tempos ditatoriais não está assim tão longínqua nem os seus propósitos findaram milagrosamente. Cautela, muita cautela.

3. Concluo, por fim, esta viagem à terra de Baudelaire (para quem o aprecia na sua condição de um dos maiores escritores do todo o sempre) com uma pequena alusão à ideologia político-partidária destes senhores: defendem o proteccionismo económico como modelo a seguir, opõem-se veemente à imigração dos não-europeus, apoiam deveras a deportação de imigrantes ilegais, criminosos e desempregados (sabe-se lá com que métodos, mas suspeita-se); a saída da Zona Euro é outro dos frutos proibidos da extrema-direita, bem como irem contra a concessão da cidadania múltipla.
Sim, foram os franceses, parte deles, quem votou em Le Pen.


“Vimos com a nossa moral, com a nossa ética, reconhecer estes resultados adversos, aceitá-los e dizer à Venezuela que a Constituição e a democracia triunfaram”, disse Nicolas Maduro, após ter sido derrotado nas urnas e perdendo para a Mesa da Unidade Democrática (MUD) a sua maioria parlamentar. Importante ainda ressalvar alguns aspectos, internos e externos, respectivamente:

1. Apesar deste resultado histórico, que marca o fim do chavismo de forma peremptória, ainda há alguns "ses" dos preceitos constitucionais venezuelanos, nomeadamente os que permitem a Maduro legislar sob forma de decreto sem ter de passar pelo Parlamento. Pode, assim, legislar até dia 31 de Dezembro deste ano e renunciar ao cargo tão facilmente não me parece o seu estilo.

2. Sendo o próprio parlamento a ter-lhe colocado tais poderes nas mãos, quando eram maioria, o mesmo pode vir a tornar-se hábito pela insuficiência dos 99 lugares conquistados da oposição, não formando, desta feita, uma maioria parlamentar qualificada. O futuro nos dirá.

3. O Partido Comunista Português, para meu espanto, continua a mostrar-se solidário com regimes ditatoriais que em nada se equiparam aos valores democráticos, baseados no respeito pelos direitos humanos e na progressão social, económica e cultural. Tenham vergonha.

Álvaro Machado

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Orgulhosamente pobres

Os últimos 4 anos foram devastadores para o país, já todos o sabemos. O retrocesso atingiu principalmente os que menos têm, que se viram impossibilitados muitas vezes de aceder em condições dignas aos serviços públicos de saúde, de educação ou de justiça. O radicalismo do governo PPD/PSD-CDS/PP convenceu muitos de que esta seria a melhor solução e que não haveria alternativa: “temos de empobrecer”, “temos de passar por dificuldades”, “o Estado não pode ser para todos”. A ironia é que, agora, os mesmos que privatizaram meio país, que dilaceraram os sistemas públicos essenciais, vêm, numa arrogância populista, acenar com a bandeira da seriedade e da moderação. Acusam sem vergonha nenhuma o Partido Socialista de ser radical, de não apresentar nada de novo e de querer “estragar” o que fizeram durante o mandato.
O facto é que hoje nos sentimos desorientados, sem rumo e enganados. Ao longo de 4 anos, foi-nos dito que “agora é que é”, mas no final deste período tudo está pior e mesmo assim há quem acredite que não há alternativa: “vivíamos acima das nossas possibilidades e, por isso, não havendo alternativa, tivemos e temos de empobrecer”. O programa do Partido Socialista nestas eleições demonstra exatamente o contrário: há uma alternativa e há futuro para Portugal. Não, não temos de ser pobres, não temos de voltar atrás no tempo. O clima de intimidação e de medo está a dominar a reta final desta campanha. Os partidos de direita estão a apostar tudo na mentira, na demagogia e na falta de valores. Esta é a altura certa para mudarmos de rumo, para nos impormos, para fazermos valer os nossos direitos e a Constituição, que o primeiro ministro já disse por várias vezes que de nada serve.
Mas agora a direita conta com aliados à esquerda. A CDU e o Bloco de Esquerda continuam empenhados no seu papel de partidos de protesto, acomodados com o seu lugar. Com medo de perderem assentos parlamentares, vale tudo – o principal inimigo é agora o PS. São casos crónicos. Sem terem tido ou quererem ter responsabilidades governativas, o melhor é ficar na oposição, de preferência com a coligação de direita no poder para que não desapareçam nos próximos anos. O cinismo de quem se limita a dizer mal de tudo, de quem não apresenta soluções realistas e de quem até admite a saída do Euro e mesmo da União Europeia é posto a nu nesta última semana.
No domingo não podemos votar apenas por nós. No domingo iremos votar pelos desempregados, pelos que perderam as suas casas, pelos que foram empurrados do país para fora, pelos que viram as suas reformas cortadas e a confiança no Estado defraudada, pelos que foram enganados, explorados e maltratados durante estes 4 anos. Os números não enganam, os factos estão aí. Agora só se deixa enganar quem quer.


segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Semana da Juventude 2015

Tem início no próximo dia 12 (quarta-feira) mais uma Semana da Juventude promovida pela Câmara Municipal de Marco de Canaveses. Durante quatro dias decorrerão diversas actividades culturais. A Juventude Socialista do Marco marca lugar nos habituais stands da juventude. Por isso, esta é a oportunidade para saberes quem somos, o que já fizemos e o pretendemos fazer.

Junta-te a nós, porque TU FAZES PARTE!

Cartaz Semana da Juventude 2015